sábado, 21 de maio de 2011

Militares do 4º Batalhão alegam perseguição velada do comando

Policiais militares do 4º Batalhão da Polícia Militar disseram sofrer perseguição do comando militar até no pagamento das horas extras trabalhadas no banco de horas, um meio utilizado pelo governo para tirar o policial do famoso ‘bico’ e aproveitá-lo no policiamento ostensivo. Segundo alguns policiais, é uma maneira do comando explorar seus subordinados com a desculpa de que os policiais são bem pagos para trabalhar além da sua escala de serviço.
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Segundo informaram alguns policiais da unidade, alguns serviços extras, de dezembro do ano passado, ainda não foram pagos. “O motivo do atraso do pagamento dessas horas extras dá-se através de medidas arbitrárias do nosso comandante, tenente-coronel Victor, que em posicionamento duvidoso, negava-se a assinar os ‘extras’, alegando que seus policiais não mereciam, deixando que isso nunca fosse repassado antes do fechamento da folha salarial”, declarou um policial que não quis se identificar, por medo de retaliações.

Segundo ele, apesar do combate intenso que os profissionais dessa unidade tiveram e tem contra a criminalidade, fato comprovado pela queda dos índices de criminalidade nas estatísticas do sistema Sigo, “o comandante do 4º Batalhão mostra-se totalmente arbitrário, tirano e sem comprometimento com sua tropa”, diz ele, concluindo que o tenente-coronel nega aos policiais aquilo que lhes é de direito.

Ilegalidade e insegurança - O policiamento destacado do 4º Batalhão no bairro Custódio Freire, local em que dois policiais trabalham por turno, não oferece nenhuma segurança aos profissionais, nem tampouco condições adequadas de trabalho. A começar pela ligação irregular da energia elétrica fornecida, o famoso ‘gato’, caracterizado na legislação como furto (Art. 155, § 3° do Código Penal), e aqui cometido pelo Estado.

“Além do furto de energia, a ligação elétrica malfeita estava até poucos dias dando choque na gente, quando tocávamos no material laminado do trailler, sendo que só foi consertado por que um popular resolveu isolar os fios elétricos e nos prestou esse serviço”, declarou um policial que tira policiamento no local.

Outra reclamação é a ausência de banheiros no local, fato que faz os policiais utilizarem um banheiro público em um bar próximo, que por vezes é totalmente inviável, já que o local está sempre cheio de pessoas bêbadas e não oferece condições higiênicas. “O problema é que num policiamento de doze horas, é impossível não precisar ir ao banheiro, e quando a gente precisa, muitas vezes não podemos”, finalizou o policial. (Denúncia  enviada por policial)

Comandante do 4º Batalhão: “denúncias são infundadas”, diz  O comandante do 4º Batalhão, ten-cel. Marcelo Victor, afirmou ontem (19) que as denúncias apresentadas pelos policiais são falsas, irresponsáveis e foram feitas com o único intuito de denegrir a imagem da corporação. Segundo ele, ao contrário do que os denunciantes alegam, nunca houve nenhum tipo de ‘perseguição’ no sistema de banco de horas, sendo que todos os policiais, sem exceção, receberam de forma justa e com exatidão pelo tanto de horas extras trabalhadas.

O tenente-coronel esclareceu que todas as horas do banco já foram quitadas e disse que os queixosos são policiais que foram escalados para prestar o serviço extra, mas faltaram (tirando a chance de outros guardas mais necessitados).

“Essas acusações de tirania e perseguição são todas mentirosas. O que aconteceu foi que recebemos pedidos dos poli-ciais pra trabalharem e ganhar as horas extras. Demos a chance e eles faltaram, tirando a oportunidade pra quem precisava dos extras de verdade. Por isso, eu não escalei mais estes policiais para os extras. Se estão dizendo que trabalharam e não receberam, eu quero que eles, primeiro, mostrem a cara. Depois, que provem que o que estão dizendo é verdade”, desafiou Victor.

Quanto as denúncias de más condições do prédio do 4º Batalhão e do crime de ‘gato’ na energia elétrica, o ten-cel. Victor disse que desconhece tais situações. De acordo com ele, compete ao Comando da PM e à Eletrobras Distribuição Acre constatar qualquer irregularidade neste sentido, e não a ele. Mas se é para melhorar o local, Victor acrescenta que o batalhão está sempre de portas abertas para receber qualquer inspeção, investigação, investimento, melhoria, etc.
Matéria:TIAGO MARTINELLO, agazetadoacre.com.br

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