segunda-feira, 16 de maio de 2011

Comandante da PM admite que Força Nacional veio pela intranqüilidade causada por grevistas

Imagem:a4demaio.blogspot.com
A assessoria de comunicação do Governo do Estado convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 16, no quartel da Polícia Militar, com o comandante geral da instituição, José dos Reis Anastácio, que esclareceria os verdadeiros motivos da presença da Força Nacional em Rio Branco. A tropa de elite do Governo Federal começou a chegar ao Acre, na semana passada.
Depois do surgimento de várias versões sobre a presença dos soldados da Força Nacional em terras acreanas, os assessores do governo admitiram que a manifestação dos policiais militares, que foi descredenciada durante toda sua realização, pelo Poder Executivo que tentou passar a imagem que o movimento não teria recebido adesão dos militares, finalmente admitiram a intranqüilidade causada pelos manifestantes foi a causa para vinda de forças federais ao Estado.
Remediando os estragos políticos causados pelos policiais militares aquartelados, o coronel José Anastácio desmentiu todas as postagens dos blogs, que noticiaram a manifestação. De acordo com o comandante, nenhuma das postagens é verdadeira, quando falam que os soldados da Força Nacional estariam na cidade, para auxiliar na reintegração de posse dos moradores do Ramal da Judia, ou que estariam supostamente sendo alimentados com donativos dos desabrigados da enchente.
“No sábado estávamos preocupados com aquele movimento, e o governador pediu a presidenta, a presença da Força Nacional. Alguns blogs, algumas publicações foram feitas dizendo que a Força teria vindo para auxiliar numa reintegração de posse, alguns disseram também que nós estaríamos alimentando os soldados com as doações dos desabrigados. Nada disso é verdade! A Força foi pedida em função da intranqüilidade daqueles dois dias”, afirma o comandante da Polícia Militar, José dos Reis Anastácio.
De acordo com José Anastácio não tem data definida para a Força Nacional deixar o Acre. Os soldados devem permanecer alerta para qualquer eventualidade ou intensificação do movimento grevista dos militares. “A Força Nacional vai ficar aqui atuando em outras operações e atuar nas missões que forem necessário, esperamos que não seja necessário”, diz o coronel, afirmando que confia na tropa e no senso de responsabilidade dos policiais militares do Acre.
O coronel enfatizou que os militares estariam no Estado, apenas para dar apoio, que não existe nenhuma determinação especifica para o uso dos soldados da Força Nacional, em ações de reintegração de posse nas terras próximo ao complexo viário Amadeo Barbosa.
“A tropa não veio para auxiliar em questões de reintegração de posse, nem está sendo alimentada com donativos dos desabrigados, até porque todos os donativos já foram repassados, e estão sob a coordenação da Defesa Civil, nós não temos controle sobre esses donativos. A única coisa que sei é que nada foi retirado desses donativos para alimentar os militares, e nem vai ser tirado”, enfatiza José Anastácio.
Questionado sobre o número de militares da Força Nacional que estariam em Rio Branco, o coronel disse desconhecer a quantidade, mas que ainda estariam chegando soldados ao Estado. “Nem sei quantos tem aqui, na realidade. Conversamos ontem a tarde com membros da Força Nacional, e vamos nos reunir para saber como estaremos utilizando a tropa”, disse o comandante da Polícia Militar.
José Anastácio informou que a Secretaria de Segurança Pública do Acre e o comando da Polícia Militar estariam na coordenação da Força Nacional, que será usada apenas para manter a tranqüilidade nas ruas das cidades do Acre, caso, os militares estaduais resolvam paralisar suas atividades.
O comandante disse ainda que as tropas federais serão usadas em algumas missões de policiamento e fiscalização na tríplice fronteira, coibindo o contrabando e o tráfico de drogas, fazendo um varredura em todas as ações criminosas nas cidades de Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil, além de realizar algumas missões em bairros considerados críticos em Rio Banco.
Em relação ao emprego da Força Nacional, como represália ao movimento grevista dos militares do Acre, o comandante informou que o governo está aberto às negociações, que a presença dos militares federais não é para reprimir o movimento grevista, mas garantir a tranqüilidade da população numa possível radicalização dos militares acreanos.
“Dia 27 acontece outra rodada de negociação. O governo está olhando 2011 e 2012, e pediu ao secretário da Fazenda para fazer uma projeção do que é possível ser concedido em 2011 e também em 2012 para que possa ter o melhor ganho possível. O governo está prometendo a Polícia Militar e Bombeiros que vai deixar o governo com as policias tendo um melhor salário”, destaca José Anastácio.
A presença da Força Nacional no Estado, segundo o comandante da PM, não seria para afrontar os militares do Estado, mas para garantir a manutenção dos serviços de segurança num eventual agravamento na questão das negociações salariais, garantindo a segurança da população, que segundo ele, não tem culpa por qualquer tipo de paralisação.
Segundo informações que circularam durante a coletiva, cada soldado da força federal recebe por dia R$ 370,00 referente a diárias, mas a informação não foi confirmada pelo comandante da Polícia Militar, que alegou desconhecer os valores. “A Força Nacional quem paga é o Governo federal. Nós não temos a informação de quanto é a diária, o Estado tem algumas despesas, mas quem paga os salários é o Governo Federal”, diz o coronel Anastácio.

Matéria:Ray Melo, da redação de ac24horas

Um comentário:

  1. O Comandante Geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Acre disse em nota no site da policia que o negocio vai ficar feio pros grevistas. Quem manda obedescer o major rocha e não as autarquias de verdade da policia militar. Sobrou pros recem contratados que podem até serem demitidos.

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