segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O PP E O MENSALÃO DE R$ 30 MIL

Os problemas éticos do governo Dilma — o mais apropriado é escrever “do governo do PT” — se revelam cada vez mais método, não desvio de conduta. Por isso é grande o desassossego na base governista, em especial no petismo. E se, de fato, decidirem que é hora de governar segundo a moral e os bons costumes? Aí o castelo desmorona.
Neste fim de semana, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, por exemplo, emitiu uma nota em que nega a existência de mensalão para parlamentares do seu partido, o PP. E por que nega? Está respondendo a uma reportagem de Paulo Celso Pereira na edição de VEJA desta semana. O que apurou a revista?
Na quarta-feira, dia 17, um grupo de deputados do partido procurou a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e afirmou que emissários do ministro Negromonte — que está em guerra aberta com o correligionário e antecessor, Márcio Fortes — estão oferecendo uma mesada de R$ 30 mil mensais em troca de apoio. Tudo mentira? Só na terça passada, nada menos de 12 parlamentares do partido estiveram com o ministro. Três deles confirmaram à VEJA a oferta: “Muitos ficaram assustados com a pressão que sofreram no ministério. Quando os argumentos se esgotavam, vinha a proposta de dinheiro”, afirmou um deles. O próprio Ministério das Relações Institucionais confirma que recebeu a denúncia, que já foi repassada à presidente Dilma…
Pois é…
Negromonte e Fortes são do mesmo partido e estão em pé de guerra. Um é ministro; o outro é ex. O atual não esconde a desavença: “Márcio Fortes saiu daqui com raiva de todo mundo porque ele gostaria de ter permanecido”. Não permaneceu, mas não ficou ao relento. Foi nomeado recentemente para a Autoridade Pública Olímpica.
Se a coisa for mais ou menos como dizem os deputados, os chefões do partido quebram o pau, e quem paga a conta é a população.
Por Reinaldo Azevedo/veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral

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