terça-feira, 27 de setembro de 2011

Vítimas de acidentes são socorridas em carrocerias de veículos e não é em Sena Madureira

A única ambulância do Samu que serviria para atender as ocorrências na fronteira vai com frequência para capital
Uma triste realidade na regional do Alto Acre vem se mostrando nos últimos meses. A violência registrada nos meses de agosto passado e setembro são fatos que nenhuma autoridade gostaria de mostrar, principalmente nas cidades de Xapuri, Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil, que juntas não somam 100 mil habitantes.

Segundo foi apurado, essas quatro cidades estão entre as mais violentas de todo o Acre, perdendo apenas para Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre, e Sena Madureira a terceira maior.

Mesmo com dificuldades em ter apenas uma linha para o 190 (Emergência), o CIOSP recebe inúmeras chamadas a cada minuto.

Ocorrências como violência familiar, vias de fatos por envolvimento com álcool, acidentes automobilísticos e tentativa de homicídios, infelizmente, quase que se tornaram corriqueiros no dia-dia.

Nesta semana, quatro fatos chamaram a atenção. Um foi o atropelamento ocorrido na BR 317, sentido capital/interior, nos limites do município de Xapuri, quando um carro atropelou três jovens que estariam de bicicleta à noite pela estrada.

Das três, todas menores, uma foi a óbito e as duas foram conduzidas até Xapuri pelo condutor no veículo, que atropelou e prestou socorro. Segundo foi apurado, as sobreviventes estão fora de perigo de morte e o caso ainda está sendo apurado.

Outros três aconteceram no mesmo dia, sexta-feira passada, dia 23, na cidade de Brasiléia. Dois ocorreram praticamente na mesma hora, por volta das 14h, envolvendo veículos automotivos.

O primeiro, envolveu uma moto com carro próximo a rodoviária. Para que uma das vítimas fosse encaminha ao hospital, a viatura camionete da PM foi a unidade de saúde para buscar enfermeiros e fazer os procedimentos de socorro.

O segundo, o mais grave, um homem foi atingido pela tampa de uma caçamba que estava amarrada por uma corda que soltou lateralmente. A vítima foi atingida na cabeça, onde sofreu um traumatismo e teve cinco costelas fraturadas.

Novamente, foi conduzido por terceiros numa carroceria até o hospital. Momentos depois, teve que ser conduzido para o lado boliviano, pois necessitava de uma cirurgia. Foi levado pela ambulância boliviana e após a cirurgia, familiares comunicaram que a vítima estava fora de perigo.

Cerca de uma hora depois acontece o terceiro acidente. Um jovem cai de uma moto na parte alta de Brasiléia, na complicada Avenida José Manoel Marinho Montes, palco de várias tragédias e sofre escoriações pelo corpo.

Este é socorrido pelos homens dos Bombeiros e levado para o hospital de Brasiléia. Foi informado que recebeu os primeiros socorros e não corria risco de morte, sendo liberado horas depois de ser medicado. Detalhe: também é conduzido na carroceria da caminhonete da PM.

Duas cidades, uma ambulância
Em tempo, Brasiléia e Epitaciolândia são cidades estratégicas localizadas na fronteira acreana, vizinha com Cobija, capital de Pando (Bolívia). O detalhe fica para o lado brasileiro onde é atendido apenas por uma ambulância do SAMU.

O veículo dos bombeiros está para reparos na Capital a mais de dois meses e se encontra parada pelo fato de ser importada e se esperar a chegada das peças, segundo foi informado.

A única ambulância do SAMU que serviria para atender as ocorrências na fronteira, vai com frequência à Capital, pois tem que levar pacientes para serem atendidos em casos que não tem como serem cuidados em Brasiléia. Daí começa os problemas.

Novamente a desculpa seria que caso seja necessário as ambulâncias das cidades de Assis Brasil (distante 110 km) e de Xapuri, (distante 78 km), estão de prontidão para dar suporte.

Novamente, esqueceram de pensar que em caso de alguma tragédia,não dá para pedir as vítimas, que esperem por cerca de uma hora até a chegada do veículo. Durante as sessões das duas cidades os vereadores da situação e oposição não pouparam criticas para a atual situação e pretendem levar o caso ao governador Tião Viana.

Caso não se resolva de imediato, pretendem levar aos Ministérios Públicos Estadual e Federal para que interfira contra tal situação.
Fonte: O Alto Acre/contilnet.com.br

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