sexta-feira, 24 de junho de 2011

BR 364, a rodovia de R$ 1 bilhão está virando uma “colcha de retalhos”

balsa

Um bilhão de reais. Esse será o valor final da BR 364 após sua conclusão.  Uma das estradas mais caras do Brasil está se transformando em uma verdadeira “colcha de retalhos” no trecho de quase 150 quilômetros entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Frentes de serviços do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura, Hidroviária e Aeroportuária do Estado do Acre [DERACRE] tentam tampar os buracos que desfazem o discurso do Governo ao justificar todos os anos o custo da obra.
As irregularidades começam na chegada ao município de Tarauacá. Há informações de que o terreno desapropriado para a construção da ponte sobre o rio Envira ainda não foi pago ao seu proprietário. O trecho de responsabilidade da empresa Construmil é um dos principais entraves para quem  entra e sai de Tarauacá. Em fase de acabamento, uma simples chuva já deixa as cidades praticamente isoladas. A lentidão na conclusão das obras irrita os moradores de Tarauacá. A travessia ainda é feita com a ajuda de balsas.
- Essa Construmil está há mais de dez anos nesta região só comendo o dinheiro do povo do Acre – disse seu Dalcides, um experiente caminhoneiro do trecho.
Nos primeiros 19 km da cidade de Tarauacá rumo a Cruzeiro do Sul a camada asfáltica que estava se soltando foi totalmente retirada. Máquinas da empresa Construmil trabalham na recuperação total no considerado pior trecho entre as duas cidades.
A partir do km 19 até o Rio Liberdade, próximo da Vila Santa Luzia, a viagem se torna lenta e perigosa. A camada de asfalto mais recente está se soltando e a rodovia está cheia de buracos. Há locais onde a erosão ajudou a formar grandes crateras. Quem transita pelo trecho é obrigado a andar em baixa velocidade e com muita paciência para não provocar acidentes.
asfalto
Durante o deslocamento de nossa reportagem ontem, apenas duas equipes faziam a Operação Tapa Buracos. Os trechos da pista em desnível são os maiores problemas. Os caminhoneiros culpam o Estado de fazer terraplanagem mal feita e de colocar asfalto de péssima qualidade. A reclamação dos profissionais do volante foram constatadas pelo TCU. Assim como o custo da obra, as irregularidades apontadas pela auditoria do TCU também são grandes. A análise aponta ilegalidades que vão do pagamento superfaturados por serviços, execução de trabalhos não previstos em contrato e irregularidades graves em preços ou pagamentos.
A Variante que liga a BR 364 ao município de Cruzeiro do Sul também não foi concluída. Até a tarde de ontem, não havia máquinas trabalhando no trecho no lado do bairro Miritizal. A garantia do DERACRE é de pavimentação da região nesta estiagem.
Em Cruzeiro do Sul, o escritório do DERACRE não abriu durante o feriado de quinta-feira. As informações que foram solicitadas para a assessoria de imprensa do governo também não foram enviadas à redação. Não há informações dos custos que estão sendo aplicados na reforma dos trechos entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
Matéria: Jairo Carioca, da redação de ac24horas

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