Quando assumiu a direção da escola Dom
Júlio Mattioli em Sena Madureira, o professor Ricardo Lira iniciou uma
briga para reparar um problema que percebeu quando ainda era um dos
professores do quadro. Em um levantamento simples, constatou que mais de
oito professores lotados na escola há muito tempo não entravam na sala
de aula, mas a carga horária sob a responsabilidade destes, vinha sendo
cumprida.
O novo diretor sabia que professores
da escola alugavam os contratos para garantirem a continuidade do
contrato de trabalhos. A coisa funcionava assim: o professor de uma
determinada disciplina teria que aplicar 32 horas/aulas semanais, mas
como não tinha interesse em ficar na sala de aula, contratava um
professor sem vínculo com o estado para substituí-lo na jornada de
trabalho. O dono contrato pagava cerca de R$ 800,00 para o professor
substituí-lo e ficava com o restante do salário de R$ 2.500,00.
Entre os professores que alugavam os
contratos, estão esposas de pessoas que ocupam gerencias do governo na
cidade, empresários e parentes de políticos. Em pelo menos sete
disciplinas a direção da escola verificou a ausência o verdadeiro
detentor do contrato na sala de aula.
O aluguel dos contratos foi informado a
coordenação do ensino fundamental da Secretaria de Educaçao do Estado,
que até agora não se manifestou sobre o assunto.
Hoje a situação dos alunos da única
escola que oferece a formação do ensino médio em Sena Madureira é
preocupante, já que se aproxima o final do primeiro semestre e em muitas
matérias, a escola não atingiu 50% da carga horária.
Faltam professores nas disciplinas de
biologia, artes, matemática, física e química. Para tentar diminuir a
falta de professores, já que depois da denúncia os professores que
alugaram os contratos sumiram, o próprio diretor está indo pra sala de
aula ministrar aulas.
Matéria: Jairo Barbosa/ac24horas.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário