Policiais militares lotadas em UPPs chamam atenção por esbanjar beleza e desenvolver trabalho comunitário que ajuda a resgatar cidadania dos moradores
Rio - Bem que dizem que a imagem da polícia está mudando. E ficando cada vez mais bonita. As beldades que enfeitam as páginas a seguir poderiam desfilar seu charme em passarelas de moda. Mas, muito além dos rostos bonitos e corpos perfeitos, é delas a difícil missão de proteger a cidade da violência, patrulhando comunidades pacificadas. Fardadas ou com jeito de mulherão que exibiram no ensaio fotográfico para O DIA, as ‘uppetes’ — apelido carinhoso dado por moradores às soldados das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) —, despertam a atenção com sua beleza e os bons exemplos de dignidade que cultivam entre jovens.
Foto: João Laet / Agência O Dia
No Morro da Babilônia, no Leme, onde fotografaram, elas pararam tudo: “É ‘polícia’ mesmo? Nunca vi igual”, disse o morador Carlos Souza de Oliveira, 35. As moças garantem que a bela estampa não atrapalha o serviço, já que a postura não permite gracejos. “Se alguém tentar algo quando estou de serviço, chamo a pessoa ‘na disciplina’”, garante Alessandra Azevedo, 30, da UPP Tabajaras.
Elogios à parte, nenhuma pensa em deixar a PM. São apaixonadas pela carreira e estudam para virar oficiais.
As policiais femininas representam 10% do efetivo que atua nas 22 UPPs do estado, ou seja, 594 soldados. As comunidades aprovam, ressaltando que a delicadeza delas com as pessoas melhora o serviço. E engana-se quem pensa que elas têm tarefas de ‘mulherzinha’. Laura Lobo, 23, é a única moça em sua ala de patrulhamento no Fallet, Catumbi. “Acho ótimo porque os colegas me tratam como homem, sem privilégio. E devo muito a eles por isso”.
O trabalho social feito pelas jovens também é motivo de destaque. Na Cidade de Deus e na Mangueira, Roberta Campello e Alessandra de Oliveira dão palestras sobre cidadania, combate às drogas, gravidez e saúde. “O resultado virá com a geração que está crescendo com as UPPs”, afirma Alessandra de Oliveira. “As crianças e idosos admiram o trabalho da polícia”, ressalta Juliana Madeira, 22, do Pavão-Pavãozinho.
(E/D), Juliana Madeira, 22 anos, da UPP do Pavão-Pavãozinho; Roberta Campello, 26, da UPP da Cidade de Deus; Laura Lobo, 23 anos, da UPP do Fallet; Alessandra de Oliveira, 24, da UPP da Mangueira, e Alessandra Azevedo, 30, da UPP do Morro dos Tabajaras | Foto: João Laet / Agência O Dia
Beleza associada às tarefas como policiais militares
O Comando de Polícia Pacificadora (CPP) estuda aliar a beleza das policiais a campanhas sociais. Um projeto de desfile de moda que vai aproximar PMs e moradoras está sendo criado para angariar alimentos para serem doados a comunidades e instituições que tratam de crianças carentes. O CPP está em busca de parcerias para realizar o evento, ainda sem data. Juliana Madeira já participou de eventos como modelo.
“A beleza reflete na atividade de qualquer pessoa. Quando a mulher se sente bem com ela mesma, isso se reflete na vida dela como um todo, seja pessoal ou profissionalmente. Se sentindo bem, qualquer pessoa produz melhor, e essa é uma das nossas estratégias. Queremos motivá-las. Por isso estamos pensando num evento que associe a competência à beleza das policiais que dedicam suas horas de trabalho nas UPPs”.
Após ensaio de O DIA, elas são reconhecidas nas comunidades e geram curiosidade
Uppetes voltam à rotina e têm dia de celebridade
Rio - O domingo das lindas e poderosas soldados das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) foi de elogios e reconhecimento pelo trabalho e a beleza que estamparam as páginas de ontem de O DIA. As ‘UPPetes’ — apelido carinhoso dado por moradores de comunidades às policiais femininas — foram parabenizadas nas ruas e nas redes sociais por amigos, colegas de farda e moradores das favelas pacificadas, não só pela simpatia, mas principalmente pelo trabalho que desenvolvem para resgatar a cidadania da população.
A soldado Laura Lobo recebeu o carinho das crianças da comunidade da UPP da Fallet/Fogueteiro | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Integrante do patrulhamento da UPP Fallet/Fogueteiro e Coroa, Laura Lobo, 23 anos, recebeu o carinho das crianças da comunidade, que a abraçaram e tiraram foto com ela, em seu ‘dia de fama’. “Quero ser policial como ela, para ajudar a melhorar a favela. Tenho que fazer prova?”, quis saber Léo, de 7 anos. “O trabalho é difícil, mas ouvir isso compensa tudo. É a prova de que estamos no caminho certo para ajudar essas pessoas a resgatar sua dignidade”, disse a soldado.
Foto: João Laet / Agência O Dia
Alessandra de Oliveira, 24, passou o dia atendendo ligações e recebendo mensagens. “Fiquei feliz porque é uma chance de mostrar às crianças e jovens que é possível seguir um bom caminho. Acreditamos que a educação é a base de tudo isso”, disse. A bela participa do patrulhamento escolar na UPP Mangueira e, junto com outros sete PMs — todos com formação na área de educação —, desenvolve o projeto ‘Fala Tu’, uma série de palestras com estudantes sobre temas como a abordagem policial e combate às drogas e à criminalidade.
A soldado Alessandra Azevedo teve dia de celebridade: reconhecida por vizinhos, foi parabenizada e tirou fotos na banca onde comprou O DIA. “Foi incrível. As pessoas não acreditavam que eu era policial e queriam saber sobre o trabalho que fazemos nas comunidades. Acho que é um importante reconhecimento para esse projeto”, avaliou. Roberta Campello e Juliana Madeira também receberam o carinho de parentes e amigos.
A soldado Alessandra Azevedo teve dia de celebridade: reconhecida por vizinhos, foi parabenizada e tirou fotos na banca onde comprou O DIA. “Foi incrível. As pessoas não acreditavam que eu era policial e queriam saber sobre o trabalho que fazemos nas comunidades. Acho que é um importante reconhecimento para esse projeto”, avaliou. Roberta Campello e Juliana Madeira também receberam o carinho de parentes e amigos.
Matérias de: Vania Cunha/O Dia Online/odia.ig.com.br
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