sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Megaoperação da Polícia Federal tem 3 PMs e israelenses entre 13 presos

Agente da Receita Federal fotografa carros importados apreendidos em operação da Polícia Federal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
Agente da Receita Federal fotografa carros importados apreendidos em operação da Polícia Federal na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

No total, 10 suspeitos foram presos no Rio e outros três no Espírito Santo.
Operação acontece nesta sexta-feira (7) em 14 estados e Distrito Federal.

Três policiais militares e dois israelenses estão entre os 10 presos no Rio de Janeiro durante a Operação Black Ops, deflagrada nesta sexta-feira (7) pela Polícia Federal (PF) em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal. A ação tem o objetivo de prender integrantes de uma organização criminosa que atua no Brasil e em outros países. E, segundo a assessoria da PF, foi pedido à Justiça o bloqueio de pelo menos R$ 50 milhões que eram movimentados pelo grupo.
De acordo com o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira, 13 pessoas foram presas, sendo 10 no Rio e três no Espírito Santo, até as 11h desta sexta, na Operação Black Ops. O israelense foi preso num condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
O superintendente da PF no Rio informou ainda que o israelense que é considerado chefe do grupo chegou a ser preso em 2006, pois havia  contra ele mandados de prisão internacionais, mas a Justiça brasileira não concedeu o benefício.
Há cerca de dois anos, ele voltou a ser investigado pela PF por apresentar sinais de riqueza incompatíveis com o fato de não ter trabalho fixo. Na investigação, os policiais identificaram ligações com pessoas suspeitas de integrar grupos de contravenção.
O israelense, segundo a polícia, trazia para o Brasil carros importados de forma irregular para os supostos contraventores venderem, numa situação que facilitaria a lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, o grupo é suspeito de crimes tributários, lavagem de dinheiro, contrabando e exploração de máquinas caça-níqueis. Os agentes tentam cumprir 119 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão, segundo informou a assessoria da PF no Rio, após 2 anos de investigações.
Nesta manhã, vários carros importados foram apreendidos em uma concessionária na Barra da Tijuca, que pertenceria a um dos suspeitos procurados na operação e seria filho de um contraventor. Também foram encontrados dois carros de luxo num galpão no Engenho de Dentro, no subúrbio. Segundo Oliveira, além dos carros, joias e recursos financeiros também foram apreendidos, mas o valor ainda não foi divulgado.
Dinheiro apreendido num galpão onde a PF encontrou carros importados (Foto: Divulgação/PF) 
Dinheiro apreendido num galpão onde a PF
encontrou carros importados (Foto: Divulgação/PF)
O esquema
A quadrilha, segundo a polícia, atua na importação de veículos de luxo usados, prática que de uma forma geral é proibida pela legislação brasileira. A pena para o crime de contrabando é de 1 a 4 anos de reclusão. Também há suspeita de sonegação fiscal nas operações comerciais de várias importadoras e revendedoras investigadas.

Investigações apontam que, entre 2009 e 2011, as empresas envolvidas na fraude fizeram, pelo menos, a importação de mais de cem veículos. Mas suspeita-se que esse número seja ainda maior, podendo chegar a mais de 500 veículos importados no período, inclusive com a participação de outras importadoras.
Segundo a polícia, a importação de carros usados só é permitida entre colecionadores, quando os veículos têm mais de 30 anos de fabricação; em casos de herança aberta no exterior; ou quando são importados por missões diplomáticas, repartições consulares e representações de organismos internacionais.
Penas de até 10 anos de prisão
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha, crimes contra ordem tributária, lavagem de capitais, evasão de divisas, entre outros delitos. As penas podem chegar a 10 anos de prisão.
Segundo a PF, a operação, deflagrada em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, conta com a participação de 150 servidores da Receita e 500 policiais federais. A investigação contou com o apoio externo de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Matéria:g1.globo.com

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