Para aguentar missões com cargas de mais de 20 quilos, policiais ganham condicionamento na modalidade e usam o esporte como forma de distração
Marca registrada do Bope, caveira está presente no
uniforme de treino (Lucas Loos / Globoesporte.com)
Enquanto um grupo se preparava para sair para combate contra traficantes, outro, a poucos metros de distância e com um traje mais esportivo, fazia fila para realizar uma tarefa mais tranquila: cumprir o treino de corrida do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A rotina da tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro vai além das provas de força extenuantes exibidas nas telas de cinema ou então do combate contra criminosos que volta e meia é mostrado nos telejornais brasileiros. Com uma frequência de no mínimo duas vezes por semana, os soldados da corporação reúnem-se para aprimorar a preparação física e, de quebra, encontrar uma válvula de escape em meio a tantos problemas.uniforme de treino (Lucas Loos / Globoesporte.com)
- O batalhão é um local contagiante. Se vier para cá, tem que vir com motivação. Mesmo que o sujeito venha para cá e não goste, acaba pegando o vírus do esporte, que é a nossa válvula de escape. Além disso, une várias pessoas, o que é importante em um lugar como o Bope - diz o Sargento Dantas, maratonista e um dos grandes incentivadores da corrida na coporação.
O treino de corrida do Bope começa cedo. Às 8h é preciso estar presente no batalhão para fazer o aquecimento antes de começar a atividade. Apesar de haver um grupo mais experiente no assunto, que participa de maratonas e provas de longas distâncias, o comandante exige que todos treinem “o mínimo necessário”, como dizem os policiais. Isso representa uma corrida de 10 a 12 quilômetros pelas ruas da Zona Sul do Rio de Janeiro. Treinos na areia, em subidas e em outros tipos de terreno também fazem parte do cotidiano da corporação.
'A máquina gira com cada um nos seus postos'
Os mais “corredores” costumam treinar também por conta própria, já que participam de provas com atletas profissionais e amadores. Neste ano, o Desafio da Paz e a Corrida da Ponte já foram objetivos alcançados por integrantes da tropa de elite. O próximo alvo é a Maratona do Rio, com seus 42 quilômetros, e, para isso, eles treinam de 100 a 150 km por semana.
Além das corridas, a preparação física dos “caveiras” inclui a prática de atividades como lutas, paraquedismo, escalada, triatlo e musculação. O batalhão começou também a fazer rúgbi recentemente, embora este não seja um esporte prioritário na área. Já o futebol, por conta das lesões que causa, é carta fora do baralho (veja no vídeo).
Fora a divisão por performance, os treinos separam a tropa de choque em duas: a que sai para combate e os responsáveis por tocar a parte administrativa do batalhão, que são, na maioria, policiais de mais idade e que têm um conhecimento maior do funcionamento da área burocrática do Bope.
A rotina da linha de frente é um pouco mais puxada. Em alguns casos, os policiais saem para combate e, antes de voltar para casa no dia seguinte, precisam cumprir à risca a instrução tática e as atividades da educação física. Já o outro grupo, como passa boa parte do tempo no batalhão, tem mais tempo para treinar.
- O Bope tem a ponta de lança, mas não funciona só com eles. Há também o grupo o que faz o batalhão girar, que realiza as tarefas administrativas, controlando alimentação, alojamento e escala diária. A máquina gira com cada um nos seus postos. Mas, se for o caso, sai para a rua também. Se toca um chamado, a terceira equipe (administrativa) fecha o batalhão e sai em combate. Então, tem que estar todo mundo preparado - conclui Dantas.
Tradicional farda preta com botas é substituída por bermudas e tênis (Foto: Lucas Loos / Globoesporte.com)
Matéria: globoesporte.com
Nessa loira aí da foto eu vou com todo gosto!
ResponderExcluir