Desde que o jornal OEstado de S. Paulo divulgou partes do depoimento que Marcos Valério, o
operador do Mensalão, deu ao Ministério Público Federal que uma dúvida me
atormenta: será, o melhor presidente da história recente deste País, também, o
mais corrupto? Não se pode negar a transformação social promovida pelo Partido
dos Trabalhadores (PT) e, especificamente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em seus dois governos. Nunca neguei os acertos do Governo Lula,
principalmente por ter sido eleitor dele em três pleitos seguidos. E por ser
eleitor e admirador do PT, não posso, também, aceitar as práticas corruptas
que, de acordo com a Procuradoria Geral da República, confirmadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), foram perpetradas pela cúpula do Partido. Até então,
nada respingava em Lula. Bastou a Polícia Federal desencadear a Operação Porto
Seguro e descobrir as “traquinagens” de Roseany Noronha para a situação do
ex-presidente se complicar. As declarações de Marcos Valério, porém, possuem
efeito de uma bomba quase atômica sobre a reputação de Lula. Por mais que
nenhuma investigação seja feita e não respingue sobre ele (o ex-presidente)
nenhuma punição, restará sempre a dúvida. Afinal, Fernando Collor de Mello
(então do PRN) caiu por um simples Fiat Elba e uma cachoeira artificial na “Casa
da Dinda”. As denúncias de Marcos Valério a respeito de Lula são gravíssimas. É
bem verdade que foram feitas por quem está com a “corda-no-pescoço” e tenta
salvar a pele ou diminuir a pena. No entanto, se os indícios forem confirmados,
cada uma delas precisa ser investigada, dada a gravidade. O fato de ter sido o
melhor presidente não o isenta de nenhuma investigação caso os indícios sejam
evidentes. O “rouba, mas faz”, tão combatido, inclusive por Lula, não pode
voltar a ser regra. E se, comprovadamente, Lula for esse corrupto sem
precedentes na história do Brasil terá escrito seu nome nas duas faces da moeda
e se tornará a melhor e, ao mesmo tempo, a maior decepção política da minha
vida.
Texto de Gilson Monteiro/Blog do Gilson Monteiro
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