A presidente Dilma Rousseff não deveria confundir o seu governo com o PT. Segundo os fundamentos de uma República, ela é presidente de todos os brasileiros — até de Marcos Valério, não é mesmo? Também não deveria confundir a administração com investigação policial ou apurações levadas a efeito pelo Ministério Público. Mas está fazendo as duas coisas. Mobilizou o primeiro escalão e governadores da base aliada para que socorram Lula e o defendam.
Quando escrevo “deveria”, refiro-me a um mandamento que já foi descumprido. Não estou dando conselhos a Dilma, já que tenho senso de ridículo. Não pretendo dizer o que é melhor pra ela. Pode até ser, não estou muito certo a esta altura, que, no que respeita à sua popularidade, especialmente entre petistas, o melhor seja tentar blindar o antecessor. Ora, quem lhe dá conselhos dessa natureza são seus marqueteiros, não eu.
O meu “dever”, tornando “deveria”, no futuro do pretérito, diz respeito às questões comezinhas da República. Existe o PT para defender Lula. A máquina é grande o bastante para fazer barulho e para pautar um monte de gente. Existem lideranças da base aliada. À presidente caberia, no máximo, um testemunho pessoal, sem entrar no mérito da acusação, deixando o resto para o Ministério Público. Mas não foi o que ela fez, informam Natuza Nery e Valdo Cruz na Folha Online. Leiam trecho.
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Após novas denúncias do empresário Marcos Valério sobre o mensalão, a orientação da presidente Dilma Rousseff é para que o governo federal defenda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com veemência. (…) Dilma coordenou uma operação de defesa que envolve de ministros a governadores aliados. Ela inclusive telefonou para o governador Jaques Wagner (PT-BA) e pediu que ele conversasse com colegas de outros Estados.
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Após novas denúncias do empresário Marcos Valério sobre o mensalão, a orientação da presidente Dilma Rousseff é para que o governo federal defenda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com veemência. (…) Dilma coordenou uma operação de defesa que envolve de ministros a governadores aliados. Ela inclusive telefonou para o governador Jaques Wagner (PT-BA) e pediu que ele conversasse com colegas de outros Estados.
Em Paris, a presidente falou sobre o assunto com Lula antes de fazer uma defesa pública de seu mentor. O recado presidencial, segundo assessores, foi mostrar que ela não perde a confiança em seu antecessor e jamais irá romper com ele. Além disso, parlamentares da base aliada foram orientados por Dilma a sair a campo.
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LulaTambém em Paris, onde participa de encontro com o presidente francês François Hollande, Lula classificou como mentirosas as afirmações do empresário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República.”Isso é mentira”, disse Lula na saída do primeiro dia de seminário organizado por seu instituto e a Fondation Jean-Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês, em Paris.
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LulaTambém em Paris, onde participa de encontro com o presidente francês François Hollande, Lula classificou como mentirosas as afirmações do empresário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República.”Isso é mentira”, disse Lula na saída do primeiro dia de seminário organizado por seu instituto e a Fondation Jean-Jaurès, ligada ao Partido Socialista francês, em Paris.
A ser assim, daqui a pouco algum governador da oposição vai ser chamado a dar seu testemunho pessoal.
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