sexta-feira, 2 de março de 2012

Na posse de Crivella, Dilma chora e defende política de coalizão...

Dilma se emocionou ao falar sobre a saída de Luiz
Sérgio do Ministério da Pesca (Foto: Dorivan
Marinho / Agência Estado)
   

A presidente Dilma Rousseff chorou ao lamentar, nesta sexta-feira (2), durante cerimônia de posse de Marcelo Crivella no Ministério da Pesca, a saída de Luiz Sérgio de sua equipe de ministros. Ela defendeu a existência de alianças e coalizões políticas como "essência para que o Brasil seja administrado" e disse que, "infelizmente", às vezes é preciso "prescindir" de algumas pessoas no governo.
"Luiz Sérgio, você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse a presidente.
Luiz Sérgio, você foi e é um amigo [...] que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país."
Dilma Rousseff
Crivella é apontado como uma indicação estratégica para aproximar o governo do setor evangélico. Ex-integrante da bancada evangélica no Congresso, ele assume o único ministério do PRB, seu partido, em substituição a Luiz Sérgio,que, sob Dilma, já havia ocupado a pasta das Relações Institucionais.
"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões politicas. Nisso o meu governo não é diferente. Esse é um país extremamente complexo, múltiplo e democrático. Assim sendo, a constituição de alianças políticas é essência para que o Brasil seja administrado, para que o Brasil seja governado de forma democrática e, ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação", disse Dilma.
A presidente ainda disse que Luiz Sérgio tem sua "gratidão", seu "respeito", sua "admiração" e sua "amizade". Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, ele volta a ocupar seu cargo na Câmara.
'Lealdade'
Após a cerimônia de posse, Luiz Sérgio afirmou que a "emoção de Dilma" tem um significado importante e garantiu que continuará leal ao governo apesar de ter sido demitido do comando da Secretaria da Pesca.
"Essa emoção para mim significa muito. Significa que houve uma consideração e um reconhecimento pelo meu trabalho e pela minha lealdade com o governo", disse.
O ex-ministro, que agora reassumirá o cargo de deputado federal, minimizou o fato de ter sido "sacrificado" em prol da entrada do PRB no ministério. "Na busca da composição, muitas vezes é preciso substituir pessoas de quem gostamos, de quem estávamos gostando do trabalho. Então, eu continuo no governo, na Câmara, como deputado, e a presidenta Dilma pode contar comigo em qualquer situação", afirmou.
'Minhoca no anzol'Após o anúncio da mudança ministerial, na última quarta-feira, o novo ministro foi criticado por não conhecer o setor que irá comandar. Em seu discurso na cerimônia de posse, Crivella disse que não quer que a presidente fique "triste" por ter um ministro que "não é um especialista e não sabe colocar minhoca num anzol". "Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar nos outros é que é difícil", disse.
"Acho que, de fato, o senador Crivella tem toda razão. A gente aprende a colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é, de fato, governar para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Esse país, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os cidadãos brasileiros", respondeu a presidente. "Tenho certeza que o Crivella vai acrescentar muito às nossas minhocas colocadas no anzol."

José AlencarA presidente também citou o vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, morto no ano passado vítima de um câncer. "O Zé honrou o PRB, do qual foi um dos fundadores, dignificou o governo ao qual ele pertenceu e com quem eu tive a honra de conviver. Engrandeceu a nossa nação, deixou um exemplo de abnegação e de amor tanto à atividade política, mas sobretudo uma homenagem à vida que deve inspirar cada um de nós", disse.
"O PRB de José Alencar e do ministro Crivella não podia ficar fora do meu governo. Na verdade, o PRB está apenas voltando."
Matéria: G1 Brasília/globo.com
 * Opinião
Não sei e não consigo entender, como uma pessoa que, um dia antes da cerimônia admite, em entrevista à a Rádio Estadão/ESPN, que os seus conhecimentos sobre a pasta são nulos. "Nem sei colocar uma minhoca no anzol", disse Crivela, vai resolver os problemas de um ministério.
Isso não passa de uma clara tentaiva da presidente Dilma, de aproximação com a bancada dos evangélicos, e também para tentar interferir em um cenário da disputa da prefitura de São Paulo.
Sem contar, que o hoje ministro Marcelo Crivella, já teve o seu nome envolvido em vários escândalos. Esses são alguns dos motivos que de vez em quando "cai" algum ministro do governo Dilma.

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